Zé Alves e Nhô Caboclo: Quando o discípulo encontra seu mestre

 


Zé Alves - Foto Artesanatodepernambuco.org.br

 Quando as peças do Zé Alves chegam em nossa loja, por um momento, 

fica no ar o aroma da madeira louro canela. Perfume gostoso que nos faz 

viajar com seus navios negreiros e guerreiros tribais até Olinda, onde 

Zé Alves vive e trabalha com sua família.

 

 “Tenho muito orgulho do meu trabalho e até onde ele me levou. Através dele, 

criei meus filhos e me realizei enquanto pessoa e artista”, conta Zé Alves.

 

 Em sua casa, no bairro de Águas Compridas, em Olinda, toda a família está 

diretamente envolvida na confecção de esculturas e estruturas. Seu trabalho 

tem grande aceitação em países como o México, Estados Unidos, França, 

Portugal, Espanha e Suíça, além de diversos estados brasileiros.  

 

 O mestre Zé Alves de Olinda nasceu, na verdade, em Recife.

 

 Observando o pai que fazia brinquedos de madeira e lata, o pequeno José 

Alves da Cruz começou a se descobrir artesão aos 12 anos, esculpindo nas 

bananeiras que encontrava pela vizinhança. Mudou-se para Olinda antes de 

completar 20 anos e, convidado a trabalhar em uma galeria de arte. Tornou-se 

aprendiz de Nhô Caboclo (1910-1976), notável escultor que produzindo

esculturas em barro com Mestre Vitalino.

 

Manuel Fontoura, o Nhô Caboclo - Foto autoria desconhecida


 Nhô afirmava que as peças de barros eram mortas, pois “não se faz um 

lutador de espada de barro, não se faz uma engenhoca, engrenagem a vapor 

para trabalhar no vento. Gosto de peça que bula, peça valente, peça braba. 

Peça manual”.


Esculturas de Nhô Caboclo, Equilibrista, Navio de Guerreiros, Racha - Reprodução fotográfica autoria desconhecida

 

 Sua influência pode ser notada em alguns dos trabalhos de Zé Alves.

“Ele faleceu e eu continuei a obra dele”, explica.





Esculturas de Zé Alves  - Foto Annesso

 

 Juntos, Nhô Caboclo e Zé Alves de Olinda, produziram peças que estavam 

muito à frente de seu tempo.


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